Blog do Manel
«Sabes o que me lembra este céu? Mais ou menos: a guerra dos astros. Tal e qual. A guerra dos mundos. Um sol maléfico, que tenta destruir a maquete, e sete planetas menores que tentam defendê-la.» [Finisterra, Carlos de Oliveira]
terça-feira, novembro 19, 2024
A Celeste dos cravos
sexta-feira, novembro 15, 2024
Lá é como cá!
Trump escolhe o seu próprio advogado como adjunto do Departamento de Justiça
quarta-feira, novembro 06, 2024
Cá é como lá
quarta-feira, outubro 30, 2024
Cada época com seu ópio.
Cada época com
seu ópio.
Em meados do
século XIX, os operários ingleses, dadas as condições de trabalho e nem só,
eram na sua maioria viciados em ópio, que era de fácil acesso à época.
Em Portugal era o
vinho no seguimento da propaganda estatal de 1939, “Beber vinho é dar pão a um milhão de portugueses”, e nem só essa,
para reparar as energias depois de uma jorna laboral, tal qual o ópio na velha
Albião do século XIX.
Com as guerras do
ópio, guerras do império, 1839-42 e 1856-60, o ópio deixou de ser usado pelas
pessoas mais pobres. Foi então que o álcool e a religião, dado o aumento do
operariado, passaram a ter um novo campo de atuação e de uso.
A célebre frase
de Karl Marx, “A religião é o ópio do povo”, foi escrita neste contexto. Marx
vivia em Londres.
“A angústia
religiosa é ao mesmo tempo a expressão da verdadeira angústia e o protesto
contra essa angústia verdadeira. A religião é o suspiro da criatura oprimida, o
coração de um mundo sem coração, assim como ela é o espírito de uma situação
sem espiritualidade. Ela é o ópio do povo.
A frase, no
contexto em que foi produzida, tem pouco de marxismo.
segunda-feira, outubro 28, 2024
“Não há pão para malucos”,
Tocador
(desenho de 1875)
De notar que o tocador que serviu de modelo e o artista, autor do desenho, não sabiam tocar guitarra. É o que o desenho mostra.
“Não há pão para
malucos”, é o que eu me entendo do hoje em dia, neste estado da Coisa, aqui
chegados.
´Buscar compreender
o Caosmo, é o que me esforço em acontecer
a cada momento que nele me encontro.
sexta-feira, outubro 11, 2024
A Trumpificação da Política
A
Trumpificação da Política
Cá, como lá, a politica se trumpifica na narrativa de levar o Presente para um Passado falso e trazer um Passado falso para o Presente.
É uma técnica milenar de retroprojeções, racionalizando mitos a ponto de os
tornar verdades absolutas.
Da parte que me cabe, o maravilhoso revela o falso.
Foto roubada no sítio www.economista.com
quinta-feira, outubro 03, 2024
Fila de cegos
Fila de cegos.
segunda-feira, setembro 23, 2024
Não há fumo sem fogo
De há 50 anos para cá os fogos nas manchas de pinheiro bravo serviram para substituir esta árvore pelo eucalipto. O pinheiro bravo foi resultado das políticas dos baldios e Junta de Colonização Interna nos finais do seculo XIX e nos inícios do século passado respetivamente.
quarta-feira, setembro 18, 2024
O plutocrata
quinta-feira, agosto 29, 2024
A Termodinâmica e o meu Sistema
À medida que regredimos no tempo da nossa
memória, mais intenso foi o tempo vivido.
Hoje o tempo é mais líquido,
apresentando-se a diluir nele mesmo. O tempo não é o que está para vir, mas sim
o que está a deixar de ser, ou seja, não há futuro.
Há sempre perdas da passagem da desordem
para a ordem. O círculo não é vicioso, e não será um círculo mas algo mais
espiralado, porque há operações irreversíveis.
Sentimos na vida que o espaço é função do
tempo, mas o tempo é função do próprio tempo, ou seja, o tempo no fim de si
mesmo, isto é, não há eternidade.
Se, por acaso, houvesse uma previsão estatística
anterior ao “nascimento do universo”, seria um nascimento impossível.
Na nossa vida, na nossa evolução social,
tudo o que foi criador e fundador, foi sempre estatisticamente improvável.
terça-feira, agosto 27, 2024
Uma colher de moralina
A realidade é teimosa, conspira contra os desejos.
sexta-feira, agosto 02, 2024
Política por parábolas.
Política por parábolas.
O político
ganhou as eleições prometendo a mudança.
“Temos que
mudar” era o seu slogan de campanha.
No governo, um
alto funcionário apresentou-lhe evidências de corrupção dentro
da sua organização: havia um desvio, é assim que se diz, de fundos destinados a
obras sociais
O político
ouviu, nada disse, e demite o denunciante.
Os outros, os
mais próximos, entenderam a mensagem.
segunda-feira, julho 29, 2024
A verdade, o erro e a mentira.
Sendo a verdade um discurso sobre a coisa, em que a dita coisa corresponde, efetivamente, ao discurso, e no caso contrário, quando o discurso não corresponde à coisa, é o erro.
Sabendo do erro no discurso sobre a coisa, e continuando a afirmar que ele é a verdade, estamos, agora, na mentira.
Os mitos são umas histórias fantásticas, pouco racionais, que têm como objetivo em apontar ideias numa forma sugestiva, e não pelo racional, mas por meio de metáforas, alegorias e simbolismos. Assim sendo, o mito não corresponde à definição de verdade atrás exposta. Afirmar que o mito que eu quero que seja verdade, e que os outros sejam efetivamente mitos, é um apelo ao sistema ditatorial, se é assim que lhe posso chamar.
Neste caso é a ditadura do pretenso monoteísmo.
quinta-feira, julho 18, 2024
Aprender a desaprender as tralhas que aprendi
O que andas a
fazer?
Ando a aprender a
desaprender.
Largar borda fora
as tralhas que me foram impingidas.
Eles falam,
falam, conversa e mais conversa, à laia de Gato Fedorento.
“ Que uma estrelinha
os ilumine e um caralhinho os foda na graça de Deus, que é quem pode!”
Ámen!
quarta-feira, julho 03, 2024
Já nada me surpreende!
Já nada me surpreende!
Imaginem as coisas que eu lia!
Proposição tão evidente que não precisa ser demonstrada.
Porque hoje dei uso a vocábulo, lembrei o título do livro que li nos idos 82 e 83. O axioma de Linder.
Eram o tempo do
Serviço militar obrigatório, e das terríveis viagens de comboio ao fim de
semana.
Recordo que o
autor classificava as sociedades em dois tipos: as que tinham excesso de tempo e
as com escassez de tempo. As menos evoluídas teriam excesso de tempo. Daí comerem
devagar, terem refeições longas e com muita conversa, enquanto as avançadas ingeriam
refeições rápidas, enfim, como tinham escassez de tempo compravam tudo feito.
Se o crescimento
económico é constante, se as dificuldades materiais diminuem, porque não
estamos culturalmente melhores?
Porque é que a sociedade,
apesar dos benefícios que nos prometiam uma vida tranquila e harmoniosa, está numa
correria louca e desenfreada?
As coisas que eu
lia quando militar miliciano!
segunda-feira, julho 01, 2024
Hoje em dia
O mundo num caminho de neoliberalismo, um processo cruel e absurdo.
Eu não sou e não quero ser político, mas quero ter um papel político.
quinta-feira, junho 20, 2024
Declaração.
sexta-feira, junho 07, 2024
sexta-feira, maio 31, 2024
66 + 7/12
66 + 7/12
Ler na capa de um
semanário que a idade de reforma sobe para os 66 anos e 7 meses, quando tenho
65 anos e 7 meses vividos, não me entusiasma nem me stressa neste momento.
A velhice é um
esforço que só os anos nos habituam.
Saber sair de
cena não é nenhuma virtude. É saber que se é empurrado borda fora. Primeiro com
elogios e depois com o esquecimento.
Desfazemo-nos,
esboroamo-nos a caminho da não existência.
É fodido? É!
Chateia-me e
deixa-me triste, só isso!
quarta-feira, maio 29, 2024
"one man show"
Este tipo de slogans são propositados: visam rebaixar o nível de discussão para que esta não o seja, e assim entram com as frases feitas, encasulando qualquer raciocínio mais lúcido.
sexta-feira, maio 24, 2024
O equívoco
À medida
que as taxas de natalidade descem, muitos políticos querem investir dinheiro em políticas que
possam levar as mulheres a ter mais bebés. Donald Trump prometeu distribuir
bônus se retornar à Casa Branca. Em França, onde o Estado já gasta 3,5-4% do PIB em
políticas familiares todos os anos, Emmanuel Macron quer “rearmar
demograficamente” o seu país. A Coreia do Sul está a considerar doações no
valor de espantosos 70 mil dólares para cada bebé.
No entanto,
todas estas tentativas provavelmente fracassarão, porque se baseiam num equívoco.
As economias,
isto é, a sociedade das empresas às pessoas, não se devem preparar para viver
com para a nova situação?
Nota: Com a taxa de substituição de 2,1, a população é
estável sem imigração. O declínio na última década foi mais rápido do que os
demógrafos esperavam.
https://www.economist.com/leaders/2024/05/23/why-paying-women-to-have-more-babies-wont-work
Gosto de mapas
Mapa do concelho da Figueira da Foz e seus limites.
quinta-feira, maio 09, 2024
Dia da Espiga.
quarta-feira, maio 08, 2024
Tás cá c´uma fé!!
Tás cá c´uma fé!!
Não é uma questão de fé.
A realidade é muito teimosa.
As pessoas só lêem, ouve e vêem
o que lhes interessa, o que deverá ser elogioso para elas.
Se a leitura os levar a pensar no primeiro
parágrafo, então ficam por aí.
“ Na espera que o dia acabe ele voltou a olhar para o reflexo
branco e luminoso que vem por cima das nuvens quietas. Não há vento que se veja
nelas para os lados das Baleiras. O tempo vai-se escoando. Não o que há de vir,
mas o único que há, que passa correndo para trás de si mesmo e que se esvai na
luz do sol mirrado a afundar-se no mar. “
Se conseguirem ler, com algum
entendimento, o primeiro capítulo, talvez sigam.
Depois há três tipos de abordagem ao texto
a quando da leitura.
- Estética
- Política
- Heurística.
A primeira depende só do leitor.
A segunda depende do leitor e do grupo
ideológico a que pertence. Ele irá ler de acordo com o seu pensamento político,
seja de direita ou de esquerda, e o que ele quer ler lá estará. É como os
religiosos a ler a Bíblia.
A terceira é uma leitura indiciária de
busca. Aqui está envolvido o leitor e o autor. Aqui o leitor terá um
trabalho que se aproxima ao do autor. O que o autor quis dizer ao escrever?
Questionar, buscar, voltar a questionar e assim sucessivamente.
Três pessoas já leram o livro antes de ele
ir para a tipografia. Duas são aminha Maria, e a minha filha para fazer a
aguarela da capa.
Eu não conto como leitor.
Terei mais quantos leitores?
Podes arriscar um número?
E já agora, distribui os leitores pelos
3 tipos de leitura.
És capaz?
Abraço
Manuel Ribeiro
segunda-feira, maio 06, 2024
Divina Comédia
O Inferno de Dante - Divina Comédia
O “Inferno” é a primeira parte da “Divina Comédia” de
Dante Alighiere
A viagem de Dante é uma alegoria através do conceito
medieval de Inferno, guiada pelo poeta romano Virgílio.
O Inferno, o Purgatório e o Paraíso.
A obra está dividida em trinta e três cantos, sendo que
um deles serve de introdução ao poema.
No poema, o Inferno é descrito com nove círculos de
sofrimento localizados dentro da Terra.
A organização do inferno foi baseada na teoria medieval
de que o universo era formado por círculos concêntricos.
O inferno torna-se mais profundo a cada círculo, pois os
pecados são mais graves.
Os nove círculos do Inferno de Dante :
Limbo (virtuosos pagãos)
Vale dos Ventos (luxúria)
Lago de Lama (gula)
Colinas de Rocha (ganância)
Rio Estige (ira)
Cemitério de Fogo (heresia)
Vale do Flegetonte (violência)
Malebolge (fraude)
Lago Cócite (traição)
A justiça do inferno debatida no canto 11, está de acordo
com a ideia de Aristóteles que relata, na obra Ética a Nicômaco:
Deve ser observado que há três aspectos das coisas que
devem ser evitados nos modos:
a) a malícia,
b) a incontinência e
c) a bestialidade.
Portanto, os pecados menos graves estão logo no início, e
os mais graves no final.
Dante encontra vários pecadores famosos na sua jornada
pelo Inferno. . . . .
NO LIMBO - Dante encontra várias figuras clássicas, como
Homero, Hesíodo, Platão, Sócrates, Aristóteles, Ovídio e o próprio Virgílio.
Encontra também personagens bíblicos também foram
enviados para o Limbo, como Adão, Abel, Noé, Abraão, David ...
NA LUXURIA - Dante encontra Aquiles, Paris, Tristão,
Cleópatra e Dido . . . .
NA GULA - Dante encontra pessoas comuns, não personagens
de poemas épicos ou deuses da mitologia.
NA GANÂNCIA - Dante encontra mais pessoas comuns, mas
também o guardião do círculo, Plutão, o rei mitológico do submundo.
NA HERESIA - Dante encontra Farinata degli Uberti, um
líder militar e aristocrata que tentou conquistar o trono italiano e foi
condenado postumamente por heresia em 1283. Dante também conhece Epicuro, o
papa Anastácio II e o imperador Frederico II.
NA VIOLÊNCIA - Dante encontra Átila, o Huno, no Anel
Externo, os que foram violentos com pessoas e propriedades.
Na “Divina Comédia” o Diabo, ou Lúcifer, é retratado no
nono e último círculo do Inferno, conhecido como o Lago Cócite, é reservado
para os TRAIDORES, que para Dante são os piores pecadores.
Lúcifer é descrito como um gigante aterrorizante preso no
gelo até a cintura.
Ele tem três faces, cada uma de uma cor diferente: uma
vermelha, uma pálida e uma preta.
Cada uma das bocas de Lúcifer mastiga um dos três maiores
traidores da história, de acordo com Dante.
OS MAIORES TRAIDORES são Judas Iscariotes, que traiu
Jesus Cristo, e Brutus e Cassius, que traíram Júlio César.
Curiosamente, embora o conceito geral de Inferno seja de
um lugar quente, o espaço imaginado por Dante nem sempre era feito de chamas.
Na verdade, o círculo mais profundo punia os traidores
numa forma de lago congelado, que é constantemente resfriado pelo vento
produzido pelo bater de asas de Lúcifer.
Na “Divina Comédia” de Dante, Deus é retratado como a
personificação da perfeição e do bem supremo.
Ele é o criador do universo e o juiz final de todas as
almas.
Deus não aparece diretamente na maior parte da obra, mas
a sua presença é sentida em todo lugar e todas as coisas.
No Inferno, Deus é visto como um juiz justo que pune os
pecadores de acordo com a gravidade de seus pecados.
No Purgatório, Deus é retratado como misericordioso,
dando às almas a oportunidade de se purificarem dos pecados para ascender ao
Paraíso.
No Paraíso, a última parte da jornada de Dante, Deus é
retratado em toda a sua glória.
Dante descreve Deus como uma luz brilhante, tão intensa
que é difícil para os olhos humanos olharem diretamente.
A visão de Deus é o ponto culminante da jornada
espiritual de Dante, representando a união final da alma humana com o divino.
Deus é retratado como a fonte de toda a justiça, bondade
e amor na “Divina Comédia” de Dante.
Ele é o objetivo final da jornada espiritual de Dante e o padrão pelo qual
todas as coisas são julgadas.