quarta-feira, outubro 30, 2024

Cada época com seu ópio.




Cada época com seu ópio.

 

Em meados do século XIX, os operários ingleses, dadas as condições de trabalho e nem só, eram na sua maioria viciados em ópio, que era de fácil acesso à época.

Em Portugal era o vinho no seguimento da propaganda estatal de 1939, “Beber vinho é dar pão  a um milhão de portugueses”, e nem só essa, para reparar as energias depois de uma jorna laboral, tal qual o ópio na velha Albião do século XIX.

Com as guerras do ópio, guerras do império, 1839-42 e 1856-60, o ópio deixou de ser usado pelas pessoas mais pobres. Foi então que o álcool e a religião, dado o aumento do operariado, passaram a ter um novo campo de atuação e de uso.

A célebre frase de Karl Marx, “A religião é o ópio do povo”, foi escrita neste contexto. Marx vivia em Londres.

“A angústia religiosa é ao mesmo tempo a expressão da verdadeira angústia e o protesto contra essa angústia verdadeira. A religião é o suspiro da criatura oprimida, o coração de um mundo sem coração, assim como ela é o espírito de uma situação sem espiritualidade. Ela é o ópio do povo.

A frase, no contexto em que foi produzida, tem pouco de marxismo.

 

 

segunda-feira, outubro 28, 2024

“Não há pão para malucos”,


 

Tocador

(desenho de 1875)

De notar que o tocador que serviu de modelo e o artista, autor do desenho, não sabiam tocar guitarra. É o que o desenho mostra.

 

“Não há pão para malucos”, é o que eu me entendo do hoje em dia, neste estado da Coisa, aqui chegados.

´Buscar compreender o Caosmo, é o que me esforço em acontecer a cada momento que nele me encontro.

 

sexta-feira, outubro 11, 2024

A Trumpificação da Política


 

A Trumpificação da Política

Cá, como lá, a politica se trumpifica na narrativa de levar o Presente para um Passado falso e trazer um Passado falso para o Presente.

É uma técnica milenar de retroprojeções, racionalizando mitos a ponto de os tornar verdades absolutas.

Da parte que me cabe, o maravilhoso revela o falso.

Foto roubada no sítio www.economista.com

quinta-feira, outubro 03, 2024

Fila de cegos

 Fila de cegos.

Bruegel, o Velho, 1568.
O Chefe da fila era o que dava música aos outros cegos, isto pela sanfona que transportava.
Estão todos bem vestidos para a época, pois tinham capas e sapatos, enquanto são puxados para o buraco.
Note-se a confiança do último aderente à causa, enquanto o que segue o chefe tem aspeto de lhe terem arrancado os olhos.
Podemos ir buscar suportes literários ao evangelho de Mateus, ou aos escritos orientais muito anteriores a este último