Tudo
tem no futuro uma história de dar errado.
Parece
que as pessoas sempre acreditaram que o passado era melhor que o presente, apesar
de quem antigamente trabalhava era muito mal tratado.
Adam
Smith, importante teórico do liberalismo económico, argumentou que a
florescente indústria do século VIII, imaginem, pois estamos no século XXI,
tinha a capacidade de tornar os trabalhadores “tão estúpidos e ignorantes
quanto possível para uma criatura humana”.
Emile
Durkheim, considerado pai da Sociologia, escreveu que na França da época dos
tempos ditos gloriosos, “as pessoas gostavam do trabalho porque o controlavam”.
Depois o capitalismo e a economia global vieram tirar-lhes isso.
Agora,
no tempo Covid, a situação está com um paralelo. A Pandemia acentuou as
desigualdades que antes eram um pouco disfarçadas. Os trabalhadores
considerados essenciais continuam a fazer as suas vidas como no tempo pré pandemia,
mas agora há novos medos para os pós- pandemia, que nos empurraram para a ideia
“o passado é que era bom”.
Há
um temor no ar que no pós-pandemia a desigualdade seja persistente. Que o trabalho
seja feito por outros, ainda mais do que hoje, que se compre tudo “feito na China”, ou simplesmente o trabalho entregue
a robots, e esta última hipótese é e será certeza.
Recordo
que não há “ses” na história. As coisas são como elas são, e a realidade é
teimosa.
Eu
só estava a pensar que hoje há coisas tão boas que o importante é viver.