Marcello, presidente da República, afirmou que irá um dia e uma noite por semana para o Algarve, para dar o exemplo aos portugueses . Já deu exemplo fechando-se duas semanas em casa. Já deu exemplo de andar a arrancar uns eucaliptos. Já deu exemplo a mergulhar na praia, etc., etc. Disse que o Algarve precisa de ajuda.
Eu digo aqui, que todos nós precisamos de ajuda.
Eu penso que a maioria das pessoas distingue na sua vida o supérfluo do essencial. A nossa economia, nos últimos 25 anos tem estado montada todos os dias no supérfluo além do essencial, claro , e tudo em nome do crescimento. Nos últimos 10 a 15 anos os rendimentos do trabalho das pessoas não têm aumentado, e o supérfluo adquirido tem sido suportado na dívida contraida pelas pessoas, suas famílias, pelas empresas e peĺo Estado.
Com esta pandemia tudo ruiu como um castelo de cartas.
A dívida tem sido o dinheiro que temos usado, e a redução abrupta dos rendimentos, leva a maioria das pessoas à poupança. Se o Corona vírus desaparecesse amanhã, as coisas não iriam mudar assim tão depressa, pois os rendimentos que diminuiram continuarão baixos para a maioria. Continua-se a almoçar e jantar, mas já não se vai ao restaurante tanto amiúde. As pessoas passarão a andar menos de carro, este durará mais. Consumirão menos combustível, não comprarão tão cedo eletrodomésticos, Tudo durará mais tempo, forçosamente, e os impostos associados ao consumo a recolher pelo Estado diminuirão.
Encontraremos um novo equilíbrio, mas a custo, pois estamos habituados a confundir o essencial com o que desejamos mesmo que seja supérfluo.
Atenção que eu sou um otimista que procura ver as coisas pelo lado bom, que não usa desistir diante das dificuldades, e espera que tudo melhore no futuro.