quinta-feira, julho 30, 2020

É a mesma coisa, mas de outra maneira!



“É a mesma coisa, mas de outra maneira!”
Esta frase a ouviu ao meu pai, acerca das novas maneiras de namorar nos finais dos idos anos setenta do século passado.
Ouço os discursos com uso e abuso da palavra retoma para cima, retoma para baixo. É um déjà-vu que me impele a desligar de tais oratórias gastas. Retomar é voltar a fazer as mesmas coisas da mesma maneira. Eu prefiro fazer a mesma coisa de outra maneira. É muito mais excitante.
Para quando um Kamasutra político?

terça-feira, julho 28, 2020

Autopoiesis



Ilustração de M. C. Escher
Ando fascinado pelo conceito de autopoiesis, sistema isolado constituído pelos componentes que ele próprio cria.
Isto associado à termodinâmica deverá justificar muita coisa na nossa vida, no que nos rodeia, no ambiente, na sociedade e na nossa economia.

Sempre montados na burra

Sempre montados na burra.

A propósito de uma venda de património a metade do preço da avaliação, comprado com dinheiro emprestado pelo vendedor.


“A miséria é enorme; o comércio parado; as indústrias moribundas; o país agoniza - e os agiotas sem descer da burra.”

quarta-feira, julho 22, 2020

Soneira.



Soneira.
Eu não estou para pregar novos amanhãs que cantam, pois nada espero deles.
As coisas não vão piorar, elas só já estão piores. Tudo piora com o objetivo de melhorar.
Há soluções para tudo e ao gosto de cada um. Basta escolher.
Este calor está a dar cá uma soneira ao pessoal!

quarta-feira, julho 15, 2020

Nó górdio



Nó górdio.
Pensar fora da caixa é fundamental, mas não chega.
Estamos enleados num autêntico nó górdio, que por definição não é possível desatar. Assim, como a lenda conta, teremos que o cortar.
Cada um que corte o seu nó.
O nó górdio coletivo em que estamos todos enleados, também terá que ser cortado. Essa necessidade que já se apresenta ao virar da esquina do tempo.
Doravante não será prometer fazer, mas sim, NÃO FAZER, e dizê-lo.
Que grande nó no pensamento dominante que teremos de cortar!

quinta-feira, julho 09, 2020

Juramento




Esta é a sociedade térmica que aqui nos trouxe, montada no dogma do crescimento pelo crescimento.
Dizia o velho recetador ao ladrãozeco que regularmente lhe vinha propor um negócio de ouro usado.
- Não me digas que é roubado, pois se me o disseres, eu nem dado o quero!

Claro que o negócio foi fechado. O ladrão jurou por tudo o que lhe era mais sagrado que uma parte era herdada, e a restante tinha sido achada no chão do largo da feira.

27 voltas de dança.


Hoje lembrei o ano de 1993, o que pensava eu à época, quais eram as manobras políticas noticiadas na TSF e os atores participantes.
Deixei de ouvir a TSF enquanto conduzo na deslocação para o trabalho, reparo na mudança da paisagem à volta com eucaliptos onde ainda existiam pinheiros, que a estrada tem melhor piso e os automóveis mudaram de design.
As minhas pressas são outras nestas 27 voltas que a Terra deu em torno do Sol, acompanhando-o no seu bailado cósmico .
Manuel Gameiro da Silva

terça-feira, julho 07, 2020

Castelo de cartas




Marcello, presidente da República, afirmou que irá um dia e uma noite por semana para o Algarve, para dar o exemplo aos portugueses . Já deu exemplo fechando-se duas semanas em casa. Já deu exemplo de andar a arrancar uns eucaliptos. Já deu exemplo a mergulhar na praia, etc., etc. Disse que o Algarve precisa de ajuda.
Eu digo aqui, que todos nós precisamos de ajuda.
Eu penso que a maioria das pessoas distingue na sua vida o supérfluo do essencial. A nossa economia, nos últimos 25 anos tem estado montada todos os dias no supérfluo além do essencial, claro , e tudo em nome do crescimento. Nos últimos 10 a 15 anos os rendimentos do trabalho das pessoas não têm aumentado, e o supérfluo adquirido tem sido suportado na dívida contraida pelas pessoas, suas famílias, pelas empresas e peĺo Estado.
Com esta pandemia tudo ruiu como um castelo de cartas.
A dívida tem sido o dinheiro que temos usado, e a redução abrupta dos rendimentos, leva a maioria das pessoas à poupança. Se o Corona vírus desaparecesse amanhã, as coisas não iriam mudar assim tão depressa, pois os rendimentos que diminuiram continuarão baixos para a maioria. Continua-se a almoçar e jantar, mas já não se vai ao restaurante tanto amiúde. As pessoas passarão a andar menos de carro, este durará mais. Consumirão menos combustível, não comprarão tão cedo eletrodomésticos, Tudo durará mais tempo, forçosamente, e os impostos associados ao consumo a recolher pelo Estado diminuirão.
Encontraremos um novo equilíbrio, mas a custo, pois estamos habituados a confundir o essencial com o que desejamos mesmo que seja supérfluo.
Atenção que eu sou um otimista que procura ver as coisas pelo lado bom, que não usa desistir diante das dificuldades, e espera que tudo melhore no futuro.