«Sabes o que me lembra este céu? Mais ou menos: a guerra dos astros. Tal e qual. A guerra dos mundos. Um sol maléfico, que tenta destruir a maquete, e sete planetas menores que tentam defendê-la.» [Finisterra, Carlos de Oliveira]
terça-feira, novembro 30, 2010
segunda-feira, novembro 29, 2010
sexta-feira, novembro 26, 2010
quarta-feira, novembro 24, 2010
terça-feira, novembro 23, 2010
O túnel da Linha do Sol
Afinal o túnel da Linha do Sol (Barrins de Baixo) não chegará a ser um tonel de dez pipas, apesar do presidente da junta já ter feito o pedido à técnica das estradas da câmara para que lhe desse umas hormonas de crescimento.
Além das hormonas de crescimento sugiro que se equipe o túnel com umas roupas a condizer com sapatos de salto alto, pois assim, não sendo largo e alto, ficará com um aspecto mais esbelto e elegante.
quinta-feira, novembro 18, 2010
quarta-feira, novembro 17, 2010
segunda-feira, novembro 15, 2010
sábado, novembro 13, 2010
sexta-feira, novembro 12, 2010
Unhas postiças para tocar guitarra portuguesa
No seu sítio, José Lúcio ensina a fazer unhas postiças para tocar guitarra.
Eu utilizo um material natural que está ao nível da tartaruga e sem o ruído parasita do plástico. É só uma questão de arranjar uns cornos.
Mas atenção que não servem uns cornos quaisquer. Devem usar cornos de boi. Os de vaca também são bons.
quinta-feira, novembro 11, 2010
terça-feira, novembro 09, 2010
Dificuldade de governar
Bertolt_Brecht
1
Todos os dias os ministros dizem ao povo
como é difícil governar. Sem os ministros
o trigo cresceria para baixo em vez de crescer para cima.
Nem um pedaço de carvão sairia das minas
se o chanceler não fosse tão inteligente. Sem o ministro da Propaganda
mais nenhuma mulher poderia ficar grávida. Sem o ministro da Guerra
nunca mais haveria guerra. E atrever-se ia a nascer o sol
sem a autorização do Führer?
Não é nada provável e se o fosse
ele nasceria por certo fora do lugar.
2
E também difícil, ao que nos é dito,
dirigir uma fábrica. Sem o patrão
as paredes cairiam e as máquinas encher-se-iam de ferrugem.
Se algures fizessem um arado
ele nunca chegaria ao campo sem
as palavras avisadas do industrial aos camponeses: quem,
de outro modo, poderia falar-lhes na existência de arados? E que
seria da propriedade rural sem o proprietário rural?
Não há dúvida nenhuma que se semearia centeio onde já havia batatas.
3
Se governar fosse fácil
não havia necessidade de espíritos tão esclarecidos como o do Führer.
Se o operário soubesse usar a sua máquina
e se o camponês soubesse distinguir um campo de uma forma para tortas
não haveria necessidade de patrões nem de proprietários.
E só porque toda a gente é tão estúpida
que há necessidade de alguns tão inteligentes.
4
Ou será que
governar só é assim tão difícil porque a exploração e a mentira
são coisas que custam a aprender?
segunda-feira, novembro 08, 2010
Era uma vez...
ERA UMA VEZ...
Quatro funcionários chamados Toda-a-Gente, Alguém, Qualquer-Um e Ninguém.
Havia um trabalho importante para fazer e Toda-a-Gente tinha a certeza que Alguém o faria. Qualquer-Um podia fazê-lo, mas Ninguém o fez.
Alguém zangou-se porque era um trabalho para Toda-a-Gente. Toda-a-Gente pensou que Qualquer-Um podia tê-lo feito, mas Ninguém constatou que Toda-a-Gente não o faria.
No fim, Toda-a-Gente culpou Alguém, quando Ninguém fez o que Qualquer-Um poderia ter feito. Foi assim que apareceu o Deixa-Andar, um quinto funcionário para evitar todos estes problemas ...
quinta-feira, novembro 04, 2010
quarta-feira, novembro 03, 2010
Medidas orçamentais
Tal como o catolicismo religioso, o catolicismo económico português está carregado de pipas de moralismo, muita culpa associada (sempre dos outros) e redenção. Por aí virá o Messias redentor dos pecados de viver acima das possibilidades, até ser esta a última e única oportunidade (mais uma vez).
Para atingir o Céu são necessários sacrifícios. Por aí se ouvem os moralistas pregadores nas TVs contra o pecado da soberba, o descaramento de querem usufruir de direitos sociais e melhores condições de vida, o pecado da preguiça mostrado na baixa produtividade e a gula e luxúria que está na origem do endividamento familiar.
Estes pecados não passam de castigos divinos, mas os pecadores económicos terão a misericórdia de Deus (o Mercado). Serão abençoados os fracos e os pobres, pois deles será os reino dos céus, enquanto o reino da terra que é de quem respeita e gere nas leis divinas do Mercado.
Esperem pela vinda desse reino, mas sentados para não agravarem as varizes.
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