«Sabes o que me lembra este céu? Mais ou menos: a guerra dos astros. Tal e qual. A guerra dos mundos. Um sol maléfico, que tenta destruir a maquete, e sete planetas menores que tentam defendê-la.» [Finisterra, Carlos de Oliveira]
quinta-feira, agosto 31, 2006
Felizmente há luar
quarta-feira, agosto 30, 2006
Traçar a Memória do Concelho de Cantanhede
Se até a surda muda ...
terça-feira, agosto 29, 2006
O último concerto
segunda-feira, agosto 28, 2006
O regresso das férias
terça-feira, agosto 22, 2006
A Encarnação de uma ideia peregrina
sexta-feira, agosto 18, 2006
Calinadas
sábado, agosto 12, 2006
O deserto dos Olhos da Fervença
Conheço bem o secular moinho e o seu proprietário e meu amigo ti José Luís, moleiro de 80 anos, dos Olhos da Fervença bem logo ali, perto da Lagoa Negra. Sempre me lembro daquela represa sempre cheia de águas cristalinas, um viveiro de pequenos peixes embalada pelo som circular do rodízio. Hoje, 12 de Agosto 2006, ao ir ao moinho em busca de farinha de milho para a broa, encontrei o moinho sem funcionar e a represa com uma pouca água suja e lodo, onde os poucos peixes procuravam escapar. Perguntei se agora este cenário era frequente e a resposta saiu afirmativa, e que era resultado da limpeza da praia fluvial dos Olhos da Fervença. Em conversa com o moleiro e esposa, estes disseram-me que na limpeza da praia fluvial a água é desviada para a vala da veia, que é um ribeiro paralelo às nascentes dos Olhos da Fervença, e depois bombeada, quando o é, da vala da veia para a vala dos moinhos, esta sim abastecida pelas nascentes, com a utilização de uma moto bomba de 2 polegadas. Como a qualidade da água da vala da veia tem muito a desejar, assim com a sujidade criada nas águas da represa chamada praia fluvial dos Olhos da Fervença, encontra-se a rápida justificação para a diminuição do peixe, associando os cortes de abastecimento ao curso de água. Para conseguir manter os poucos Clientes, o moleiro tem recorrido a moleiros vizinhos que não estão dependentes da força motriz das até agora consideradas inesgotáveis nascentes. Tem também reclamado estes cortes de água, mas só tem esbarrado em empregados da Câmara ou da Inova. Esses pormenores de quem é quem, ele diz não saber. Pergunto onde mora o respeito pelo direito de séculos para os moinhos que, cumprindo a sua função secular de reduzir o grão a farinha para alimento das respectivas populações, e lamento que saberes de 80 anos sejam emparedados na memória do esquecimento. É que na verdade, existe um deserto envolvente aos Olhos da Fervença,