segunda-feira, janeiro 24, 2022

Estrela da manhã


 

Hoje, pelas 07:14, Vénus do lado de onde Sol se levanta.
Há um painel de azulejo no Santuário da N. S. D'Atocha que , em meu entender, se refere à foto de hoje tirada da beira da estrada, mais propriamente na Remolha, entre a Sanguinheira de Baixo e a Esquilha, isto para quem conhece os meandros da Gândara.
Como caíste do céu, ó estrela da manhã, filha da alva! …..
Isaías 14:12

sexta-feira, janeiro 21, 2022

O meu poste da campanha eleitoral 2022.

 O meu poste da campanha eleitoral 2022.

Na China a taxa de natalidade  continua a cair apesar dos esforços recentes do.

governo chinês.

Lá como cá, nas pátrias dos ismos sejam eles Capital ou Comun, a viatura que nos trouxe aqui a este mesmo estado de coisas foi a mesma. 

A nova economia já aqui está! Foi antecipada pela pandemia.

O envelhecimento da população é a teimosa realidade. 

Quando ouço os políticos em campanha argumentarem com ideias do século passado, mentalmente mando-os para cima de Braga, e desligo. É assim que eu costumo decidir em quem eu não irei votar.

O último a sobrar poderá levar o meu voto.

Mudem de viatura e de caminho ou, em vez de mudar de mão, mudem de martelo.

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segunda-feira, janeiro 17, 2022

Paisagem.


 

Paisagem.

A paisagem é plana, bidimensional, um mar de areia. Os homens que por lá estão são os ainda vivos, os sem memória e os que andam nesse mar de desconforto.

segunda-feira, janeiro 10, 2022

Celaya – México, terça-feira, 15-02-2011


 

Celaya – México, terça-feira, 15-02-2011

 Depois de 3 voos, ainda recuperar da mudança de fuso horário, perturbado com o excesso de sol e secura do ar, estive no centro de Celaya, bem cedo. Aqui a vida diária começa devagar, sem pressas, tudo muito lento e sem cumprir horários. 

As “tiendas”, como aqui de chamam as lojas, abrem às dez. Não é às 10 horas em ponto, mas sim por volta das dez.

Uma praça central de muitas pessoas que esperam e andam de rua a rua, de ponta a ponta do espaço retangular. Ouvem-se os toques sineiros a chamar para a catedral e para as igrejas de outros santos, cada um com seus seguidores. 

Muita religião popular assisti pelas missangas, flores e fotos  de  pessoas suspensas à volta de uma estátua ao lado da catedral, cujo pedestal diz ser do papa João Paulo II. Uma estátua de cerca 3 metros de altura, no máximo, incluindo a peanha. É de qualidade duvidosa  e sem arte escultórica. Nem as feições se assemelham, nem de longe nem de perto, ás do Karol Woitila. A todo o momento se acercam pessoa que a tocam, beijam, acariciam enquanto se benzem. O bronze está polido pelos contínuos toques de mãos e lábios. 

Entrei na catedral. Estava quase meia de pessoas à espera do culto. Olhei à volta e as imagens dos santos não eram no aspeto como os mexicanos. Mais pareciam ser de uma qualquer igreja castelhana. Eu era o diferente que ali estava. Senti o olhar de muitos. Olhei mais uma vez em redor e saí, pois a missa estava para começar.

Alguns mendigos, sujos como se fosse de propósito, como se estivessem em indumentária de trabalho, teatrais, andam pela praça. Muita gente parada, muita polícia se mostra. Qualquer funcionário municipal, ou lá de que serviço público seja, exibe a farda indumentária de boné garrido. Muitas são as bancas ambulantes a oferecerem comida e refrescos com gelo num Fevereiro estranhamente quente para mim. Tudo está decorado como para o dia anterior, o Dia dos Namorados. Tudo muito à ianque, para mexicano usar. No banco de jardim, junto ao reservatório da água, um casalinho ainda faz a atrasada marmelada. 

O gelo, em grandes blocos, é manejado logo pela manhã com as regras higiénicas muito únicas: se chega ao chão logo  se limpa com a mão e, lá vai para a picadora. Procedimentos que se cumprem quer pela praça central de traçado retangular, quer pelas ruas que a ela levam os transeuntes. Aqui, a praça é mesmo para as muitas pessoas que por lá param e para muitas crianças a brincar.

Caminhei pelas ruas à volta da praça. As casas são baixas, de dois pisos na sua maioria e, em grande quantidade, por pintar e outras por rebocar. Na rua nota-se um declive estranho. Um descaimento  de nível que segue até no lote do resto de umas ruinas onde vigora um pinheiro bravo já com umas décadas, isto pela envergadura que apresenta. Parece um deslizamento de terra resultante de algum terramoto de passado recente. Entrei numa tienda de instrumentos musicais, mas de tradicional só encontrei uma pequena ocarina. Tudo guitarras folk, à americana, que é o se vende agora. Foi que ouvi do casal proprietário. Sobre o balcão, numa cesta de almofadada, um pequeno Chihuahua aceitou a minha festa, o que agradou aos donos. Estive à conversa com eles, e acabei por comprar um CD de música Rancheira. Depois peguei num táxi e voltei ao hotel para almoçar. Não almocei na cidade como inicialmente tinha planeado.

 

quarta-feira, janeiro 05, 2022

Seguirei outro caminho.

 Estou deficitário em confiança neste momento como as coisas se passam, se transformam neste tempo de teatro do absurdo, na espera de Godot, e sabemos que o dito não virá.

Quem manda não comanda este devir.

Se alguém se apresentar como sendo Godot , eu direi: um prazer, eu sou o Manel. Espere aí sentado que vou ali e já venho. Seguirei outro caminho.

segunda-feira, janeiro 03, 2022

O longo adeus ao Covid-19.

 O longo adeus ao Covid-19.

"A última fase da pandemia será longa e dolorosa. O covid-19 deixará para trás um mundo diferente." É o que está escrito na ECONOMIST.COM de 03 de janeiro de 2021, e que eu desde o início desta pandemia o tenho vindo a afirmar.
A teimosa realidade me tem mostrado que sou um otimista.



quarta-feira, dezembro 22, 2021

Notícias da China


 

Notícias da China

Uma equipa de investigadores conseguiu descobrir um embrião de entre 72 a 66 milhões de anos "estranhamente conservado" dentro de um ovo de dinossauro fossilizado. 

descoberta representa uma nova luz sobre a relação entre o comportamento das aves modernas e estes animais extintos.

 https://www.tsf.ptsf/futuro/embriao-de-dinossauro-estranhamente-conservado-revela-postura-ate-agora-desconhecida-14432001.html

 

 


segunda-feira, dezembro 20, 2021

Para além do bem e do mal.


 

Para além do bem e do mal.

Os astronautas das futuras missões a marte terão que ser pessoas com qualidades muito especiais.

Segundo Patricia Santy, uma das primeiras psiquiatras da NASA, descreve no seu Livro “Choosing the Right Stuff”, as qualidades supremas, tais com, autoconfiança, bravura inflexível e gelo nas veias, a autora resume em “narcisismo, arrogância e insensibilidade interpessoal”. 

Afinal aquilo que muitos consideram defeitos, não passa de qualidades especiais.

www.economist.com/christmas-specials/2021/12/18/how-to-prevent-conflict-on-the-way-to-mars



terça-feira, dezembro 14, 2021

Cabeço do Escoural


O mapa militar de 1866 indicava a existência de habitações.
Aqui estão os seus alicerces.












terça-feira, dezembro 07, 2021

Descancelar as entradas da quinta


 

Descancelar as entradas da quinta

A Pandemia cancelou festas, viagens, eventos, encontros que juntam pessoas.

Passámos a estar virtualmente juntos, a ter as notícias com mais frieza, mais manipulação, mas ruído a sujar o ouvido.

Esperava descancelar as portadas às pessoas que, atrás de um monitor de computador ou smartphone, já nem as consegui ir lendo. O mesmo poderá acontecer no sentido inverso. Esperava ir abrindo à medida que estas se afastariam dos monitores e dos smartphones, à medida que se transformavam em humanos de carne e osso ainda mais complicados que as caricaturas que são (somos) nas redes sociais.

Se já não era fácil, e agora temos o Ómicron, e os muros das quintas estão cada vez mais altos.

 


sexta-feira, dezembro 03, 2021

Moeda em caixa.

 



Prever é a moeda em caixa.

Eu não faço a mínima ideia de como as coisas irão evoluir e mudar. Mas prever que irão mudar, que nada será como hoje, muito menos que ontem, é a meu ver um investimento.

A Organização Mundial da Saúde advertiu que todos os países devem-se preparar para surtos de casos de covid-19 associados à variante Omicron.

Nos USA as medidas anti Covid já estão em curso. Na Alemanha há novas regras de confinamento na tentativa de travar a onda inoficiosa. Na Áustria idem, assim como em todos os países europeus. Por cá é o que sabemos.

As viagens estão limitadas. Há negócios que estão com a vida complicada. Os que compram e vendem dinheiro deixaram de investir em companhias aéreas e cadeias de hotéis. O petróleo caiu em bolsa 10 dólares. “Os preços do petróleo caíram para perto de 70 dólares o barril na terça-feira, ante 86 dólares em outubro, registrando sua maior queda mensal desde o início da pandemia, no momento em que a nova variante levantou temores de um excesso de oferta”.

Da informação que tenho recolhido no meio do ruído em que vivemos, tudo indica que iremos ter uma recessão associada a esta onda Covid, que nos irá abalar desde a China, passando pela Rússia, Europa e USA. Depois as ondas e choque chegarão a todo o lado ainda mais demolidoras.

Atenção que eu sou um otimista.


quinta-feira, dezembro 02, 2021

Tudo tem no futuro uma história de dar errado.

 

Tudo tem no futuro uma história de dar errado.

Parece que as pessoas sempre acreditaram que o passado era melhor que o presente, apesar de quem antigamente trabalhava era muito mal tratado.

 Adam Smith, importante teórico do liberalismo económico, argumentou que a florescente indústria do século VIII, imaginem, pois estamos no século XXI, tinha a capacidade de tornar os trabalhadores “tão estúpidos e ignorantes quanto possível para uma criatura humana”. 

Emile Durkheim, considerado pai da Sociologia, escreveu que na França da época dos tempos ditos gloriosos, “as pessoas gostavam do trabalho porque o controlavam”. Depois o capitalismo e a economia global vieram tirar-lhes isso.

Agora, no tempo Covid, a situação está com um paralelo. A Pandemia acentuou as desigualdades que antes eram um pouco disfarçadas. Os trabalhadores considerados essenciais continuam a fazer as suas vidas como no tempo pré pandemia, mas agora há novos medos para os pós- pandemia, que nos empurraram para a ideia “o passado é que era bom”.

Há um temor no ar que no pós-pandemia a desigualdade seja persistente. Que o trabalho seja feito por outros, ainda mais do que hoje, que se compre tudo “feito  na China”, ou simplesmente o trabalho entregue a robots, e esta última hipótese é e será certeza.

Recordo que não há “ses” na história. As coisas são como elas são, e a realidade é teimosa.

Eu só estava a pensar que hoje há coisas tão boas que o importante é viver.


segunda-feira, novembro 29, 2021

O guitarrista

 O guitarrista



quarta-feira, novembro 24, 2021

Crescimento a metro


 Caro amigo, o discurso do crescimento pelo crescimento corre o risco de não ser mais um recitar de uma oração suporte a um dogma vigente. É como ir à missa para ouvir o credo. É que o crescimento é medido com instrumentos cuja calibração e certificação estão viciadas , pois só medem o que importa ao referido crescimento .
As disrupções, necessárias até nos discursos , são urgentes, pois ouvimos cada vez mais do mesmo.
Isto faz lembrar que o membro fálico não cresce mais do que a sua pele dá.
Um abraço

terça-feira, novembro 23, 2021

A espera


 Dois gajos à espera de quem não vem. O absurdo da espera do Godot de Samuel Beckett. O tempo que hoje (sempre) vivemos.

segunda-feira, novembro 22, 2021

Leituras na diagonal.

 



Leituras na diagonal.
Nas previsões atuais, os gastos dos governos serão maiores na proporção do PIB em 2026 do que em 2006. Isto em todas as economias mais avançadas. Os Estados Unidos estão prestes a investir US $ 1,8 trilião na expansão de seu estado de bem-estar; a Europa está a distribuir um fundo de investimento de € 750 biliões (US $ 850 biliões); e o Japão está a prometer um “novo capitalismo”, com ainda mais generosidade governamental.
Nota: Em Portugal, Espanha, Alemanha e França: bilião = um milhão de milhões (1 000 000 000 000 ou 10 elevado a 12).
Nos Estados Unidos da América, Reino Unido e Brasil: bilião = mil milhões (1 000 000 000 ou 10 elevado a 9).

segunda-feira, novembro 15, 2021

Coisas!

 Levamos uma vida no século XXI imaginada no consumismo dos finais do século XX, com ideias do século XIX, embrulhadas num romantismo ideológico ainda mais gasto.

Coisas!


terça-feira, novembro 09, 2021

Os Argonautas

 

Os Argonautas

[Caetano Veloso]

O barco, meu coração não aguenta
Tanta tormenta, alegria
Meu coração não contenta
O dia, o marco, meu coração
O porto, não!

Navegar é preciso
Viver não é preciso

O barco, noite no céu tão bonito
Sorriso solto perdido
Horizonte, madrugada
O riso, o arco, da madrugada
O porto, nada!

Navegar é preciso
Viver não é preciso

O barco, o automóvel brilhante
O trilho solto, o barulho
Do meu dente em tua veia
O sangue, o charco, barulho lento
O porto, silêncio!

Navegar é preciso
Viver!


sexta-feira, novembro 05, 2021

Espreita o furo

 


Espreita o furo!

Há um claro financiamento na mudança climática por parte de instituições financeiras, cujos membros são proprietários de ativos, gestores de ativos financeiros, bancos e seguradoras.

O que o que se fez e se vai fazendo será assim varrido para debaixo do tapete.

E os países dos chamados mercados emergentes, que neste momento são os que mais aumentam as suas necessidades de energia, não sairão frustrados com tudo isto? Claro que sim! É que o conceito de progresso que lhes tem sido oferecido já mudou ele mesmo de conceito.

A realidade é muito teimosa, por mais escrevam o futuro que desejem, por mais que reescrevam o passado que querem como acontecido.

A teimosa realidade não necessita de salvadores e também nunca os teve.


terça-feira, novembro 02, 2021

É o tempo da escassez em toda a banda económica.

 

Sinais do tempo em mudança rápida com escassez, grandes desequilíbrios na oferta e na procura e inflação a despontar.

É o tempo da escassez em toda a banda económica.
Continuamos reféns do andamento que trazia-mos da pré pandemia, só que esta nos veio mostrar o mesmo que os fogos passados recentes nos mostraram: o país, e agora a economia, já estava eucaliptizado.
Para cereja em cima do bolo, o problema é global.
Solução? Eu não tenho, mas já mudei a minha postura e modo de olhar perante as ideias e práticas teimosamente apresentadas.
O problema está na onda que nos leva arrastados a todos, e muitos de nós nem a imagina.
As soluções de hoje, apresentadas, seguramente não servirão, nem os atores que todos os dias representam a mesma peça em palco me têm como espectador.
Mas isso sou eu, um velho marreta!

sexta-feira, outubro 29, 2021

Extinções em curso


Está em curso uma extinção em massa de muitos negócios.
Mais uma vez, as questões civilizacionais associadas às tecnologias a fazerem o que lhes cabe.

sexta-feira, outubro 22, 2021

A panelada está ao lume.

 


A panelada está ao lume. Os ingredientes estão a ser adicionados um a um. O problema reside naquela última gotícula, extraída do pequeno frasco, a ser lançada ao caldeirão, o tempero final que lhe dará o toque.

Há quem esteja ansioso pelo repasto e a mesa ainda não está posta.

terça-feira, outubro 19, 2021

Agora é que me dava jeito ser bruxo.

 


Agora é que me dava jeito ser bruxo.
Depois de uma crise financeira global, a pandemia que ainda aí está, o que aí vem já se está desenhado.
Há escassez de tudo, de madeira a semicondutores. O custo do envio de mercadorias da China para a América triplicou, quintuplicou, septuplicou, …. As empresas não relataram atrasos de fornecedores tão graves em décadas. Antes da pandemia, no passado, muitas empresas cortaram seus investimentos em logística.
Depois da crise financeira global seguida de um desequilíbrio entre o poder de compra e a procura, o após pandemia apresenta -nos a escassez.

sexta-feira, outubro 08, 2021

A escassez substituiu o excesso


 

A escassez substituiu o excesso como o maior obstáculo ao crescimento global.

Este é o título de um artigo que aqui deixo o Link:

https://www.economist.com/leaders/2021/10/09/the-world-economys-shortage-problem

Após a crise financeira de 2008, o problema da economia mundial era a falta de consumo, isto no alinhamento com o crescimento.

Agora, com o covid-19, a procura é enorme e a escassez fará aumentar preços (inflação) nomeadamente da energia e custos de transporte. Estamos a viver paradoxos nestes momentos, tais como emprego/desemprego, transição energética, mudança tecnológica, e até o problema emigração está a mudar na sua abordagem.

O crescimento ainda é o assunto do dia em todos os "areópagos da finança", dado o vomitado pelas TVs e tudo o que é especialista da coisa em apresentar prognósticos depois do jogo.

Eu estou mais virado para a simplicidade voluntária.

Hoje, pela manhã, numa conversa telefónica , conclui com o meu interlocutor que isto está godido.

 

 

GOSTAMOS dos idiotas porque não nos colocam em causa

 

" ... GOSTAMOS dos idiotas porque não nos colocam em causa ... " ...
“A SOCIEDADE necessita de medíocres que não ponham em questão os princípios fundamentais e eles aí estão: dirigem os países, as grandes empresas, os ministérios, etc. Eu oiço-os falar e pasmo não haver praticamente um único líder que não seja pateta, um único discurso que não seja um rol de lugares comuns. Mas os que giram em torno deles não são melhores.
Desconhecemos até os nossos grandes homens: quem leu Camões por exemplo? Quase ninguém. Quem sabe alguma coisa sobre Afonso de Albuquerque? Mas todos os dias há paleios cretinos acerca de futebol em quase todos os canais. Porque não é perigoso. Porque tranquiliza.
Os programas de televisão são quase sempre miseráveis mas é vital que sejam miseráveis. E queremos que as nossas crianças se tornem adultos miseráveis também, o que para as pessoas em geral significa responsáveis.
Reparem, por exemplo, em Churchill. Quando tudo estava normal, pacífico, calmo, não o queriam como governante. Nas situações extremas, quando era necessário um homem corajoso, lúcido, clarividente, imaginativo, iam a correr buscá-lo. Os homens excepcionais servem apenas para situações excepcionais, pois são os únicos capazes de as resolverem. Desaparece a situação excepcional e prescindimos deles.
Gostamos dos idiotas porque não nos colocam em causa. Quanto às pessoas de alto nível a sociedade descobriu uma forma espantosa de as neutralizar: adoptou-as. Fez de Garrett e Camilo viscondes, como a Inglaterra adoptou Dickens. E pronto, ei-los na ordem, com alguns desvios que a gente perdoa porque são assim meio esquisitos, sabes como ele é, coitado, mas, apesar disso, tem qualidades. Temos medo do novo, do diferente, do que incomoda o sossego.
A criatividade foi sempre uma ameaça tremenda: e então entronizamos meios-artistas, meios-cientistas, meios-escritores. Claro que há aqueles malucos como Picasso ou Miró e necessitamos de os ter no Zoológico do nosso espírito embora entreguemos o nosso dinheiro a imbecis oportunistas a que chamamos gestores. E, claro, os gestores gastam mais do que gerem, com o seu português horrível e a sua habilidade de vendedores ambulantes: Porquê? Porque nos sossegam.
Salazar sossegava. De Gaulle, goste-se dele ou não, inquietava. Eu faria um único teste aos políticos, aos administradores, a essa gentinha. Um teste ao seu sentido de humor. Apontem-me um que o tenha. Um só. Uma criatura sem humor é um ser horrível. Os judeus dizem: os homens falam, Deus ri. E, lendo o que as pessoas dizem, ri-se de certeza às gargalhadas. E daí não sei. Voltando à pergunta de Dumas
– Porque é que há tantas crianças inteligentes e tantos adultos estúpidos?
Não tenho a certeza de ser um problema de educação que mais não seja porque os educadores, coitados, não sabem distinguir entre ensino, aprendizagem e educação. A minha resposta a esta questão é outra. Há muitas crianças inteligentes e muitos adultos estúpidos, porque perdemos muitas crianças quando elas começaram a crescer. Por inveja, claro. Mas, sobretudo, por medo."
António Lobo Antunes

quarta-feira, setembro 29, 2021

Cagar do alto


 

 

Uma pitada a menos de arrogância e mais uma folhinha de humildade é o tempero certo a qualquer cozinhado de quem, às vezes, se coloca a cagar do alto. 

Apesar do cheiro dos traques subirem, normalmente não incomoda muito a quem os larga. É do conhecimento geral que o fedor que larga um defecado está relacionado com os cozinhados ingeridos, e este é sempre cheirado por quem acaba por limpar o fundo da retrete. Depois queixam-se que há um fedor no ar que não se pode aturar.

Esta receita/carapuça é elástica, serve a qualquer um de nós, sem exceções.

quinta-feira, setembro 23, 2021

O custo da mudança

 


As preocupações ecológicas, quer dos cientistas, quer dos cidadãos e dos ativistas têm décadas.

 Só recentemente, alguns políticos começaram a dar sinais de algum comprometimento,

Paralelamente há uma mudança de atitude nos negócios. Em algum caso tornou-se dramático para algumas empresas. Esta nova realidade das novas tecnologias, que além de mais leves em termos de impactos ambientais, estão a exigir mudanças bruscas de rumo

Os gigantes da era dos combustíveis fósseis, como Volkswagen e ExxonMobil, estão a mudar toda a sua filosofia de investimentos. Haja dinheiro! O problema não é a mudança e a sua necessidade e importância, mas o que isso arrasta com o ritmo e os custos de deixar de usar os combustíveis tradicionais.

Oersted é o campeão de parques eólicos.

https://noctula.pt/walney-extension-o-maior-parque-eolico-offshore-operacional-do-mundo/

 




O Todo desmorona-se.

 



 

Um profeta é respeitado em toda parte, menos na sua terra .

Mateus 13:57

 

A economia mundial parece ter acordado com esta crise pandémica. Parece!

Tanta coisa em mudança, tanta coisa a mudar, tanta coisa mudou, e só agora se repara no que há mais de uma década já estava à vista. Só que poucos viam, alguns desses negavam, aqueloutros não vêm, e há os que nem querem ver ou ouvir falar por questões de interesses, que ainda hoje comandam o mundo suportando o dogmatismo vigente.

Neste caminho de mudança parece que houve o esquecimento do lado dos fornecimentos daquilo que é necessário, desde as velhas matérias-primas os novos materiais, os velhos e os novos componentes e, especialmente, quem faça.

Dantes um micro chip vinha dos lados da Tailândia a preços da China. Hoje, temos linhas de montagem de veículos em paragem pela escassez desses componentes.

 Já estamos enosilhados o nó górdio de existir oferta de trabalho e não existirem candidatos a executar tal tarefa, enquanto o desemprego continua a existir.

Uns, perante esta nova (des) ordem clamam pela velha ordem, do tipo aí se mandasse. Outros, suportados em ideologias do século XIX, comprovadamente falhadas na experiência, vêm dizer que afinal andavam há seculos cheios de razão. Às ideias de uns e de outros eu mando-as para aquele sítio que vós sabeis.

Crise e economia são conceitos antigos que acompanham a humanidade e na atualidade quando ouvimos a palavra crise, esta é mais um slogan usado para que se obedeça, quando devia-mos nos adaptar e evoluir na busca de novas soluções individuais, que depois se traduzirão em soluções coletivas.

 Para os velhos problemas requerem-se novas soluções-

Como aconteceu ao Nazareno, o Todo, a sua pequena terra, onde todos o conheciam, o queria formatado. Não admitia que ele pensasse fora da caixa.

Agora o Todo desmorona-se. 

No Eu é que começa a solidariedade.


terça-feira, setembro 21, 2021

Mais do mesmo

 


Há tantos anos de campanhas autárquicas e continua o mesmo obsoleto método, como se estivéssemos no ano 1976 e seguintes do século passado.
Está tudo errado , pois não identificam os problemas, como podem apresentam soluções e propostas politicas?
Perguntem, por exemplo, como é que as candidaturas imaginam a autarquia daqui a 10 anos. Certo será responderem com a promessa de mais e melhor alcatrão, e não saem disso.
Temos cidadãos com baixa formação , sem intervenção cívica, e de baixo nível de exigência. O discurso é reduzido a uma frase copiada de uns e de outros resultado da infantilização em curso e do nivelamento por baixo.
As candidaturas e os eleitores estão bem uns para os outros.

quarta-feira, setembro 15, 2021

Capela de Nossa Senhora da Tocha

 A capela da N. S. da Tocha de Santo Varão tem uma orientação de implantação semelhante à igreja da N. S. da Tocha na Tocha.

Foi instituída em 1661, enquanto a da Tocha foi em 1636.




 



Capela de Nossa Senhora da Tocha

IPA.00005199

Portugal, Coimbra, Montemor-o-Velho, Santo Varão

 

Capela seiscentista, planta rectangular. Retábulo e imagem da padroeira maneiristas.

Descrição

Planta longitudinal, simples, regular. Interior - exterior coincidentes. Volume simples disposto na horizontal. Cobertura de telhado em duas águas. Fachada principal orientada a E., de empena triangular com pequena cruz ao alto e pequena sineira à esquerda. Ao centro rasga-se o portal de verga recta, com cornija e frontão de volutas, entre as quais se inscreve o milésimo de 1661. No alçado lateral N. abre-se uma porta rectangular, simples, e no a S. uma janela quadrada com grade de ferro. INTERIOR: Espaço uno, apenas iluminado pela pequena janela da parede do lado S. À direita da entrada, sobre a verga da porta do lado N., existe uma lápide armoriada contendo inscrição alusiva à instituição da capela, nela se encontrando sepultados Francisco José Floreado e sua mulher Brites Aires Fereira, bem como alguns descendentes. O altar-mor mostra um retábulo em pedra; duas colunas coríntias ladeiam o nicho central, que guarda uma imagem de Nossa Senhora da Tocha; lateralmente dois nichos mais pequenos com esculturas em pedra. O retábulo está ornamentado por frontões triangulares e decoração geometrizante, vegetalista e figurativa.

do sitio  http://www.monumentos.gov.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=5199

A Assembleia da Câmara Municipal de Montemor-o-Velho, em reunião efectuada a 27 de Abril de 1990, aprovou por unanimidade a sua classificação como imóvel de interesse concelhio. Apesar de, há pouco tempo, os seus actuais proprietários terem realizado obras de beneficiação do telhado e das paredes, as portas e o retábulo ainda se encontram em péssimo estado de conservação.

do sítio https://www.santovarao.net/referencias/arquitetura/