quarta-feira, setembro 29, 2010

Quem os soldou?

Os dois pedaços têm que estar à mesma temperatura, com o mesmo calor já que são feitos da mesma liga, e assim se ligam com mais facilidade, pois são do mesmo sangue, da mesma família.
Como é que tu sabes que eles, ambos os dois, estão com o mesmo calor se estão tão quentes, num queimo que tudo abrasa? Sei só de olhar. Sei pelo claro da cor do ferro em brasa. Cada família de ferro tem a sua cor que anda ao redor do rubro branco, todas diferentes, e depois começamos com a dança entre a bigorna e forja. Põe esse avental de cabedal e aquele chapéu de aba larga, aquele desabado. Esse mesmo!
Adicionar imagem E a areia?! Para que queres tu que eu te dê a areia? É que tenho que estar atento ao rubro de cada pedaço. Tenho que atrasar um para esperar pelo outro. Atraso um dando-lhe areia enquanto o outro está mais perto da forja. O fole! Não pares com o fole, que eu darei pancadas com o martelo no corno da bigorna, o sinal para que tu me dês a outra ponta à calda. Aqueces primeiro o pedaço que arrefece mais devagar, esse maior. Com a areia eu o atraso à espera do outro, aquele ali que vai abocanhar este em ponteiro. Malha com força, mas só quando eu disser.
Força! Bate sempre assim. Está quase. Dá um pouco mais de areia para atrasar esta parte. Isso mesmo! Assim, …
Já está! Até parece milagre! Quem os soldou? Foi o fogo, a areia e o malho na mão, mas o diabo os passou pelo chão.

segunda-feira, setembro 27, 2010

Foi no Domingo passado na Praia da Tocha

Limpezas auto na duna junto ao passeio entre o bar do norte e os pescadores.

sexta-feira, setembro 24, 2010

O caír da parra

“A romaria começou cedo. As fans de Tony Carreira honraram a tradição, guardando lugar junto aos portões de acesso ao recinto logo ao início da tarde. Algumas, porém, anteciparam a chegada a Cantanhede e pernoitaram nos parques de estacionamento. Só visto!”

Este delicioso pedaço de escrita pode ser encontrado no sítio da Câmara Municipal de Cantanhede. http://www.expofacic.pt/node/89
Se o povo assim quer, assim será!
É o que me dizem, e assim será o que se fará para próximo ano.
O financiamento dos Tony Carreira, dos Quim Barreiros e outros do tipo pelos orçamentos camarários, isto é pelos nossos impostos e taxas, é contribuir para muitos e outros défices.
É o que povo quer, ouço dizer, mas será o povo tem outras ofertas? Quando existem, há logo um por abaixo com o argumento que não é popular.
Até parece que a Vereação da Câmara Municipal trabalha um ano inteiro só para uma semana de festa, a importância de chamar o povo.

quarta-feira, setembro 15, 2010

domingo, setembro 12, 2010

Leituras

«Outros que não eu teriam falado de «raízes» … Não emprego esse vocabulário. Não gosto da palavra «raízes» e da imagem ainda menos. As raízes enfiam-se na terra, contorcem-se na lama, crescem nas trevas; mantêm a árvore cativa desde o seu nascimento e alimentam-na graças a uma chantagem: «Se te libertas, morres!» As árvores têm que se resignar, precisam das suas raízes; os homens não. Respiramos a luz, cobiçamos o céu e quando nos metemos na terra é para apodrecer. »

sexta-feira, setembro 10, 2010

José Craveiro

Zé do Arménio

José Craveiro (Zé do Arménio) esteve no Escoural, na festa da aldeia. Ao lado do Zé do Arménio estamos sempre em festa. Esteve entre nós o poeta, cantador, bailador, contador de histórias, mestre em curar usando as ervas medicinais, um homem de bons companheiros e de imensa sabedoria. A festa do Escoural esteve cheia de magia.

quinta-feira, setembro 09, 2010

Viciados em crescimento

Os modelos que não servem foram ou são modelos de que alguns se serviram ou servem, com prejuízo de muitos outros. Se só às vezes se consegue explicar aceitavelmente o passado, falha-se quase sempre na predição do futuro, isto porque estamos formados e educados no crescimento económico como sendo coisa tão natural como ar que respiramos.
Esquecemos a lei da população de Malthus quando as condições tecnológicas se alteraram, o que levou ao conceito de crescimento contínuo e sustentado. Apesar dos ganhos de eficiência no aproveitamento dos recursos, neste conceito de crescimento, não conseguem impedir o seu esgotamento e a degradação ecológica a nível global. Existem limites naturais e sociais ao aumento da riqueza neste crescimento que nem a alteração do regime de posse da propriedade resolverá o problema, muito menos a exportação de capitais, pois a procura da energia nesses recursos tem limites neles próprios, somando o desperdício, poluição e rendimento energético. Os conflitos pelos recursos estão aí, são do nosso conhecimento.
Não existe uma solução, mas olhar o mundo à nossa volta de outra maneira, outra maneira de interpreta a realidade, redefinir os conceitos de riqueza e de pobreza, de abundância e de escassez, talvez fosse uma ajuda, um dos muitos pontos de partida. Contra temos os políticos que têm sido e são uns paus mandados neste cartel que vicia as pessoas em crescimento, suportado na falsa capacidade de regeneração do planeta.
Estamos viciados em crescimento. Todos nós sabemos disso.

sexta-feira, setembro 03, 2010

Fibonacci e a Economia

O crescimento económico é a actual religião dominante na qual fomos e estamos a ser educados continuamente. Crescer é imperativo, e até uma décima percentual na estatística é arma de arremesso nos palcos da política.
A crise que sofremos é económica, financeira, ecológica, social e especialmente cultural. O nosso rendimento per capita aumentou e a nossa satisfação diminui. Apesar de os bens consumidos estarem mais acessíveis agora que no passado, gastamos muito mais energia para os ter à nossa disposição. É aqui que começa o ponto de ruptura.
Se o caracol crescesse continuamente, o peso da sua concha o esmagaria.
Os ateus do crescimento económico têm agora uma janela cada vez maior de intervenção. Para começar é reavaliar tudo, substituindo os valores dominantes por outros mais benéficos.
Vá lá, mexam-se!

quinta-feira, setembro 02, 2010